Nenhuma Surpresa: Militantes do PT agridem Serra no Rio de Janeiro.
Nenhuma surpresa: Lula mente e acusa Serra de 'armador' em rede nacional.
Rebecca Santoro
O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, chegou por volta das 13h no calçadão de Campo Grande, na zona oeste do Rio, para participar de uma caminhada de campanha. Serra caminhava tranqüilamente, cumprimentando eleitores, quando decidiu entrar numa loja para falar com os clientes. Foi nesse momento que dois integrantes do sindicato dos trabalhadores de agentes de combate às endemias apareceram no local próximo à loja com cartazes e gritos criticando a gestão do tucano no Ministério da Saúde. Militantes tucanos puxaram e rasgaram os cartazes. Formou-se uma pequena confusão. Era tudo o que os provocadores estavam esperando para acionar um grupo de militantes do PT, que, provavelmente, aguardava a ordem de ‘atacar’.
Ao sair da loja, Serra deparou-se com a confusão e virou alvo dos protestos dos petistas, que tentavam se aproximar para agredi-lo com atos e palavras. É óbvio que os agressores eram impedidos de chegar perto de Serra, sendo empurrados pelos seguranças e por cabos eleitorais do PSDB.
Não é a primeira vez que fazem isso. Militantes petistas têm deflagrado, impunemente, pancadarias por todo o país, ao longo dos últimos oito anos do mandato de Lula. Várias pessoas já foram agredidas. Só que desta vez o alvo foi o candidato a presidente do PSDB, pessoalmente. Os aloprados foram longe demais. Alguém deu a ordem, planejou e organizou o ato de agressão. E não foi o povo carioca. No Rio de Janeiro, comício de Dilma não junta multidão e Lula recebe vaia de Maracanã lotado. Somente os insondáveis mistérios das urnas eletrônicas explicam porque Sérgio Cabral e dois senadores coligados a Dilma foram eleitos. O Rio de Janeiro é um palco de guerra e de abandono. Nos últimos dois meses, foram 25 arrastões, na cidade capital, bem como 6 mortes por falta de atendimento nas UPAS – tão citadas por Dilma como exemplo de sucesso em programa da área de Saúde. Onde quer que o atual governador – misteriosamente reeleito – apareça, se não tiver claque, toma salva de vaias.
Mesmo com a confusão, Serra decidiu voltar para o calçadão e manter a caminhada, num trajeto de cerca de 200 metros. O candidato, que estava acompanhado, entre outros políticos, pelo vice Índio da Costa (DEM), reagiu aos xingamentos e foi contido pelos que o acompanhavam. De repente, um rolo de fita adesiva acertou a cabeça de Serra. Não houve sangramento. O ataque foi testemunhado pelo deputado Fernando Gabeira (PV) e pelo pastor Paulo Cesar Ramos, da Assembleia de Deus, Poder e Glória.
Serra, então, pôs as mãos na cabeça e entrou, em segundos, na van da comitiva que estava parada na Rua Viuva Dantas, auxiliado por seguranças e aliados de chapa. A van andou por cerca de cem metros e parou, já no final do calçadão. Serra desceu, ladeado por cabos eleitorais do PSDB. Nesse momento, foi flagrado tocando a cabeça, como se sentisse dor. Disse, mais tarde, ter-se sentido "meio grogue" e colocou um saco com gelo na cabeça.
O tucano ainda tentou continuar a caminhada. Mas, não deu. Ele foi levado, então, de helicóptero, para o Hospital Samaritano, em Botafogo, onde foi atendido pelo médico Jacob Kliegerman e submetido a exames que descartaram problemas mais graves. Mas, a agenda de campanha para o resto do dia foi cancelada. De acordo com o médico, que foi secretário municipal de Saúde na gestão de Cesar Maia (DEM), o rolo de fita adesiva que atingiu Serra deve ter sido lançado de uma distância de dez metros do candidato. O médico recomendou 24 horas de repouso.
O PT, obviamente, negou que militantes do partido tivessem agredido o candidato. O presidente do partido no Rio, deputado federal Luiz Sérgio, declarou, em nota à imprensa, que o tumulto no qual Serra foi ferido teria sido provocado por seguranças do candidato que teriam tratado com rispidez um grupo de trabalhadores que protestava contra Serra.
Ninguém esperava outra atitude dos petistas que não fosse exatamente essa. O caso poderia render mais alguns dias de falação e de desmentidos e ficaria tudo confuso e depois esquecido, como sempre acontece.
Entretanto, o desespero subiu à cabeça dos petistas, dentre eles o fanfarrão de língua solta - o presidente Lula -, que, no dia seguinte ao episódio da agressão, após inaugurar um estaleiro em Rio Grande (RS), saiu vociferando, em coletiva à imprensa, que Serra deveria pedir desculpas ao povo se tivesse "um minuto de bom senso". Disse que, tanto a agressão a Serra bem como a reação do candidato, tratavam-se de "farsa" e de "mentira descarada". Além disso, Lula colocou sob suspeição a atuação e as recomendações do médico que atendeu o candidato, por este ter sido secretário municipal de Saúde na gestão de Cesar Maia.
Lula também comparou Serra ao goleiro chileno Rojas, que fingiu ter sido atingido por um sinalizador no Maracanã, em 1989, num jogo contra o Brasil, durante as eliminatórias para a Copa do Mundo de 1990: "Primeiro, bateu uma bola de papel na cabeça do candidato, ele nem deu toque para a bola, olhou para o chão e continuou andando. Vinte minutos depois esse cidadão recebe um telefonema, deve ser o diretor de produção dele que orientou que ele tinha que criar um factoide, deve ter lembrado do jogo do Chile com o Brasil".
A candidata do PT, Dilma Rousseff, também disse que Serra havia feito "firula" e tentado criar um "factoide". Como Lula, ela também mencionou o goleiro Rojas: "Eu não sou como o Rojas pra ficar fazendo firula com isso. Hoje eu quase levei uma bomba, uma bexiga de água, não levei porque ao contrário do Rojas, eu esquivei-me" (É ‘eu ME esquivei’, candidata...). Dilma disse ainda, numa tentativa
de comparar seu caso com o da agressão sofrida por Serra, que, em seu comício de hoje, no Sul, também teria sido atingida na mão por um cabo de bandeira: "No meu caso, foi absolutamente presenciado por jornalistas. eu não fui lá falar que tinha acontecido, e ninguém pode falar que é bola de papel". A candidata pediu à militância para não cair em provocação: "Tem um método muito tradicional na política conservadora e de direita no mundo que é criar fatos e acusar o lado de lá de violência. Isso é típico de uma campanha direitista".
É típico, sim, de campanha esquerdista, candidata, que usa de chantagens, de dossiês, de violações de informações sigilosas, de mentiras e até de assassinatos para chegar ao poder – ou para não de lá não sair. Como sempre, os petistas querem transformar as vítimas em culpados e em farsantes. É bem capaz de contratarem gente para se fazer passar por militantes do PSDB e agredirem Dilma.
A ‘análise conclusiva do fato’ feita por Lula foi baseada em imagens veiculadas pelas redes de TV SBT e Record. O vídeo, que havia sido originalmente exibido pelo SBT, em reportagem exibida na noite do dia da agressão, mostrava Serra sendo atingido apenas por uma bola de papel e não por um rolo de fita adesiva. O instante do vídeo do SBT foi usado na internet para acusar Serra de exagerar na reação ao episódio. Na verdade, o que as imagens mostravam eram momentos antes de o candidato ter sido atingido pelo rolo de fita adesiva.
Entretanto, logo após a divulgação da ‘brilhante análise do presidente’ e da de sua candidata, imagens tomadas pela câmera do celular do repórter da Folha, Ítalo Nogueira, que acompanhava a caminhada, mostravam o momento em que Serra foi atingido pelo rolo de fita adesiva e em que o candidato colocava as mãos na cabeça, segundos antes de entrar correndo na van da comitiva.
Em reportagem sensacional, o Jornal Nacional da TV Globo desvendou o caso, para todo o país, em horário nobre, de grande audiência. O presidente Lula foi flagrado, mais uma vez, em sua fala irresponsável, ridícula e inegavelmente mentirosa. Para dar mais credibilidade ainda ao que foi revelado, as imagens do SBT e da Folha, a pedido da emissora, foram examinadas pelo perito Ricardo Molina, que concluiu serem ambas verdadeiras e que se tratavam de momentos distintos da caminhada de Serra pelo calçadão de Campo Grande e da confusão que se instalou por lá.
Seguem os petistas mentindo copiosamente, como sempre. Agora, porém, desesperados pela real ameaça de terem que ver quem quer que não seja Dilma - ou qualquer petista - na presidência. É que, ao contrário das últimas eleições presidenciais, em 2006, nem todos os crimes eleitorais, nem toda a mentira divulgada, nem todas as falcatruas eleitoreiras e nem toda a insegurança de nossas, em potencial, fraudáveis urnas eletrônicas foram suficientes para colocar a antipática, comunista e terrorista Dilma Roussef na preferência do eleitorado brasileiro. Não é à toa que Lula está na TV, quem diria, literalmente implorando votos para Dilma.
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